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Exposição: Madagáscar 1906
Esta exposição de fotografias, que a Casa África vai acolher de 2 de outubro a 30 de dezembro de 2015, recolhe imagens que ilustram costumes dos habitantes de Madagáscar no início do século XX, captados pela câmara de uma fotógrafa sensível e tenaz anónima de classe alta que, graças ao seu espírito aventureiro e ao seu desejo de imortalizar a cultura e os hábitos dos nativos com quem convivia, contribuiu para a difusão deste legado de valor inegável para historiadores e antropólogos, bem como da sua beleza extraordinária e subtil para os que, simplesmente, desejem contemplar esta obra de arte excecional.
O projeto em questão é agora exposto após um processo minucioso de recuperação de mais de dois anos. Este documento gráfico foi adquirido em 2010 a um livreiro antiquário de Granada. Este bibliófilo revelou que as comprou a outro antiquário e que, por sua vez, procediam de um professor universitário que pertencia a uma família granadina de alta linhagem de ascendência francesa.
Esta exposição é uma iniciativa do Zero Memory Archive, cujos responsáveis são os diretores Tarek Ode e David Olivera, protagonistas da descoberta de valiosíssimos arquivos fotográficos em péssimo estado de conservação, que põem mãos à obra para evitar o seu desaparecimento total. Não se trata de uma associação dedicada à conservação e restauração do património gráfico, embora seja uma parte importante da sua missão, mas a sua principal contribuição é a recuperação desses arquivos esquecidos, a fim de atualizá-los e partilhá-los, conscientes do seu elevado valor patrimonial, etnográfico, histórico e cultural que possuem, sem esquecer o seu valor artístico e documental.
Com esta exposição, valorizam também um argumento poucas vezes defendido na história da fotografia: o contributo da mulher e, mais concretamente, o das viajantes e aventureiras que, à frente do seu tempo, traduziram em fotografias os lugares mais recônditos do planeta que estavam ainda por descobrir em meados do século XIX. Mulheres cujo valor e coragem nunca foi reconhecido.
Em suma, o arquivo fotográfico Madagáscar 1906, além de constituir uma fonte importante para os investigadores, é uma janela aberta para o passado, que nos ajuda a compreender melhor como se relacionavam dois povos de culturas diametralmente opostas, bem como mergulhar no Madagáscar de há cem anos graças à sua natureza, às suas construções e aos seus habitantes, que nos “falam” de uma cultura ancestral que todos os curiosos deveriam conhecer.
Esta exposição de fotografia restaurada poderá ser visitada nos salões da Casa África, de 2 de outubro a 30 de dezembro de 2015, no seguinte horário: de segunda a sexta-feira, das 9 às 18h30. Encerrada aos sábados e domingos e nos dias: 12 de outubro, 2 de novembro, 8, 24 e 25 de dezembro.